Lucia Regina Gonçalves, é filha de Antônio Alves Gonçalves (in memorian ) e Maria José Gonçalves, é pedagoga(UERN) com especialização em psicopedagogia(FIP) e mestre em Ciências da Educação(UNASSUR/PAR). Cresceu ouvindo de seu pai histórias contadas à luz de lamparina, seu gosto pela literatura se deu por influência desses momentos. É membro da Associação Literária e Artística de Mulheres Potiguares – ALAMP coautora das Coletâneas: Tanto Canto em versos, arte e prosa, A mulher em estações, Semear poesias para Crianças, Bendita a mulher e a sua literatura, Flor de Sal, Raíz, flores e frutos literários, Mulheres dos Rios , Literarte Celebra o nordeste brasileiro, Antologias de poesias, contos e crônicas da casa da poesia (10,11,12,13,14), e membro do Celebra-se poesia. É autora dos livros As heroínas também se tocam, e Tempo de Plantio Tempo de Colheita; Ama poetizar o amor, os encantos do sertão e sua amada terra Fernando Pedroza(RN).
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Poema autoral: Codinome Mulher
Sou Mulher,
E não me interessa
Se há dias que desnudo minha alma
E os abutres da história
Me chamam de frágil
Sou Mulher sim,
E dentro de mim pouco interessa
Se o passado corrompeu o mundo a meu desfavor
Pouco me interessa
Se anularam-me
Por medo do meu poder
Pouco me importa se como débeis cristais,
filhos do meu ventre
Usaram a bússola do preconceito
E apagaram meu codinome
Pouco significa se rotularam-me de bruxa pela minha sapiência
De pecadora pela minha sagacidade
Ou de feminista pelos meus ideais
Mas ora!
E não sabem que sou mulher?
Não sabem que arranco das minhas entranhas o dom da vida,
Que sirvo nos meus seios a seiva pura do amor
Não sabem que suportei as dores da misoginia
Que levantei-me a cada alvorecer,
Que na luta contra o machismo
Fui a flor da liberdade
Que sou eu como lamparina do saber
Porque sou MULHER!
Sou mulher legitimamente Alzira
Valentemente Clara Camarão
Democraticamente Celina Guimarães
Genuinamente Zefinha Cruz
Porque resisto as rachaduras da terra
Perpasso o horizonte do Cabugi
Deixo marcas nas alturas do passado
E sigo firme
Construindo meu Existir.
Porque Sou MULHER!
